Fernando Lanhas (Porto, 1923–2012) é uma das figuras mais destacadas da arte portuguesa do século XX.
A sua pintura foi pioneira na introdução do abstracionismo geométrico em Portugal a partir de meados dos anos 1940.
Num texto que publicou no ano 2000, Fernando Lanhas descreveu o Homem como “um fenómeno magistral”: é um texto elucidativo do seu pensamento, do seu entendimento do mundo e compreensão de algo mais vasto do que o mundo, o universo. Um texto que reflete uma apreensão da realidade a partir de uma unidade central, o ser humano, que acabará por constituir a escala de todo o seu processo artÃstico.
O Homem é fenómeno magistral
Dado num planeta.
Não se sabe porquê
PossuÃdo de instintos compulsivo
Como outros animais
Acertou um desenvolvimento cerebra
Que lhe deu capacidade técnica.
O saber na ciência e na matemática,
O entendimento na arte,
A acuidade filosófica,
Fizeram o homem uma aventura.
Arquiteto de formação, Lanhas cedo concluiu que teria de explorar outras áreas de interesse para atingir os seus propósitos de pesquisa, como a pintura, o desenho, a arqueologia, a botânica, a astronomia, a etnologia, a museografia, assim como a escrita poética e ficcional. O trabalho de um arquiteto não será sempre, no final de contas, um trabalho interdisciplinar e colaborativo?
A exposição agora apresentada comemora o centenário do seu nascimento e reúne um núcleo muito significativo de obras suas, quer da Coleção de Serralves, quer do generoso e particularmente relevante depósito da sua obra acordado ao longo de mais de vinte anos em diálogo com o artista. Assim, o conjunto de obras exposto em Fernando Lanhas. O Homem é fenómeno magistral testemunha a multiplicidade de áreas que o artista explorou e, nesse sentido, constitui uma oportunidade única para a compreensão da simultânea, e conciliável, diversidade e coerência de uma das obras mais fascinantes da segunda metade do século passado.
A exposição é organizada pela Fundação Serralves – Museu de Arte Contemporânea, com curadoria de Marta Moreira de Almeida, diretora-adjunta do Museu.
(Fundação de Serralves)
Um acervo para ser apreciado com um olhar perscrutador para o devido reconhecimento do valor do trabalho desse incrÃvel artista
ResponderEliminarUm grande abraço, Gracinha
Acredito que os arquitectos trabalhem em colaboração com outros profissionais para que as obras que concebem sejam reais e sustentáveis, não agridam o ambiente e etc. O que não acredito é que dominem um leque tão vasto de interesses e conhecimentos como esse senhor. Não haverá muitos arquitectos como ele.
ResponderEliminarInteresante...la fotogarfÃa me gusta mucho en especial d elas flores....abrazo.
ResponderEliminar