Numa visita a Serralves encontrei esta exposição com uma curiosa história:
Miguel Marquês (Braga, 1996) é o jovem fotógrafo selecionado por Serralves para o regresso ao Museu do novobanco REVELAÇÃO, iniciativa que visa apoiar a jovem criação no campo da fotografia. Este prémio veio permitir em 16 edições anuais produzir e divulgar o trabalho de muitos nomes emergentes que, entretanto, se tornaram artistas incontornáveis do atual contexto artístico. Até este ano exclusivamente dirigido a artistas portugueses ou residentes em Portugal, o novobanco REVELAÇÃO assume a partir de esta edição a mesma vocação internacional do Museu de Serralves, alternando anualmente um artista português e um artista estrangeiro.
Embora se tenha optado por iniciar a apresentação deste formato renovado com um nome português, revela-se agora um trabalho que se ancora numa viagem que levou Miguel Marquês para muito longe das nossas fronteiras – para um país distante a que só uma triste atualidade geopolítica veio trazer alguma familiaridade: a Moldávia. Antiga república soviética que se tornou um país independente depois do colapso da União Soviética, a Moldávia é um território acostumado a um constante movimento de emigração, despoletado por problemas e défices socioeconómicos.
Alguns destes emigrantes vêm para Portugal; um deles, Valentin, conheceu Miguel Marquês em Lisboa. Entretanto, numa viagem à capital do seu país anunciada como breve, Valentin desapareceu. Esta exposição testemunha, é certo, as tentativas de Marquês – que viajou para Chișinău e aí permaneceu cerca de um mês – para encontrá-lo, mais do que um impulso "detectivesco", esta série fotográfica traduz os esforços para lidar e captar as características de um território que, nas suas muitas diferenças em relação a Lisboa, pode ser considerado verdadeiramente exótico.
Urbanismo (ou falta dele) que promove a indistinção entre campo e cidade, ou entre centro e arrabaldes, arquitetura de aspeto provisório, parque automóvel obsoleto, (omni)presença de cães vadios são apenas alguns dos elementos que adensam o ambiente misterioso em que o nosso fotógrafo/detetive avança. Numa primeira fase, este confronto com o desconhecido terá deixado Miguel Marquês em permanente estado de alerta; depois, à medida que o “exótico” se tornava familiar, o fotógrafo chegou a sentir-se, mais do que um detetive vigilante, um passeante amodorrado de, como o título da exposição indica, uma cidade adormecida.
https://www.serralves.pt/ciclo-serralves/novo-banco-revelacao-2024/
A exposição, organizada pelo Museu de Serralves, é comissariada por Ricardo Nicolau e coordenada por Giovana Gabriel.
Muy interesante, un fotógrafo que habla por otros enriquece más su exposición, por su humanidad demostrada.
ResponderEliminarLinda exposição e explicações pertinentes! beijos, chica
ResponderEliminarUma iniciativa que aplaudo e elogio.
ResponderEliminarLindas fotos
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Votos de um Feliz fim de semana.
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Poema: “” Musa do meu coração ““
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e do amigo nada se soube, presumo que esvaneceu.
ResponderEliminarUma bela reportagem sobre o trabalho desse artista
ResponderEliminarUm ótimo final de semana
Beijinhos