Quando estive em Zamora...vimos umas flores que ainda não conhecíamos e são lindas:
Poema das flores
Se com flores se fizeram revoluções
que linda revolução daria este canteiro!
Quando o clarim do sol toca a matinas
ei-las que emergem do nocturno sono
e as brandas, tenras hastes se perfilam.
Estão fardadas de verde clorofila,
botões vermelhos, faixas amarelas,
penachos brancos que se balanceiam
em mesuras que a aragem determina.
É do regulamento ser viçoso
quando a seiva crepita nas nervuras
e frenética ascende aos altos vértices.
São flores e, como flores, abrem corolas
na memória dos homens.
Recorda o homem que no berço adormecia,
epiderme de flor num sorriso de flor,
e que entre flores correu quando era infante,
ébrio de cheiros,
abrindo os olhos grandes como flores.
Depois, a flor que ela prendeu entre os cabelos,
rede de borboletas, armadilha de unguentos,
o amor à flor dos lábios,
o amor dos lábios desdobrado em flor,
a flor na emboscada, comprometida e ingénua,
colaborante e alheia,
a flor no seu canteiro à espera que a exaltem,
que em respeito a violem
e em sagrado a venerem.
Flores estupefacientes, droga dos olhos, vício dos sentidos.
Ai flores, ai flores das verdes hastes!
A César o que é de César. Às flores o que é das flores.
António Gedeão
Havia canteiros com estas...
Ali perto...
Era a semana santa... 🙏
Flores e poema muito lindos! Adorei! Beijos ,chica
ResponderEliminarOlá Gracinha! Que lindas essas flores de Zamora! E esse poema de António Gedeão caiu que nem uma luva. Gostei muito! 🤗 Abraços!
ResponderEliminarGostei de conhecer estas belas flores, que não conheço por aqui, apesar de muita semelhanças com umas daqui. O poema é lindo do Gedeão. Belos olhares Gracinha.
ResponderEliminarBjs e paz amiga.